Diversidade e Inclusão para além das datas comemorativas

Diversidade e Inclusão para além das datas comemorativas

Especificamente no mês de novembro, a pauta diversidade e inclusão volta a permear as redes sociais e as reuniões de gerentes de MKT e RH. Porém, pensar em diversidade é, também, pensar de forma estratégica, no valor de mercado e crescimento da organização.

Essa discussão começou a ganhar mais espaço a partir dos anos 2000, com o fomento de grandes multinacionais no Brasil e pela via da responsabilidade social corporativa. À medida que mais pesquisas sobre o assunto passaram a ser divulgadas, o tema ultrapassou o viés social e chegou ao nível estratégico das empresas. “Os dados apontam impacto financeiro e organizacional, melhoria na qualidade do ambiente, dos funcionários e da sociedade”, afirma Beatriz Santa Rita, consultora líder em diversidade e inclusão.

Corroborando com o pensamento da autora, que, de forma didática, explica que “diversidade é uma fotografia da empresa que deve parecer o máximo possível com o retrato da sociedade. Diversidade é ter um quadro de funcionários de diferentes núcleos e vivências sociais em todos os níveis hierárquicos da empresa. E inclusão é extrair o melhor das diferenças, reconhecendo e potencializando as capacidades de todas as pessoas, com resultados para os negócios.”

No momento atual em que vivemos, não podemos mais falar de diversidade e inclusão apenas nos dias 8 de março, 19 de abril, 28 de junho, 21 de setembro ou 20 de novembro, esta é uma pauta que não pode ser trata como modismo. De acordo com o relatório Delivering Through Diversity, publicado em junho deste ano pela consultoria Mckinsey, empresas que possuem quadro de funcionários mais diversos tendem a obter 21% mais lucro quando há diversidade de gênero e 35% mais lucro quando há diversidade racial.

Priorizar a diversidade de gênero e de raça em todos níveis gerenciais da empresa não é mais uma alternativa, mas sim uma necessidade, isso eu afirmo como colaboradora e consumidora. Eu, Tábata, mulher preta (na base da pirâmide), vou consumir produtos que reflitam quem eu sou. Quero entrar em lojas que tenham um(a) igual a mim, quero trabalhar em uma empresa onde tenham outras mulheres e outras mulheres pretas como eu.

As empresas de tecnologia devem avançar muito nesta pauta de diversidade e inclusão. Gênero, raça, cor, deficiência, sexualidade, etc., não definem competência. Também não podemos nos enganar e pensar que ter um time diverso e ter um time produtivo são coisas mutuamente excludentes. Afinal de contas, a diversidade traz consigo mais produtividade, inovação, qualidade e sucesso.

Por fim, diversidade não é caridade, assistencialismo ou ser politicamente correto. É trazer geração de valor, evolução e dinamismo para uma equipe através de culturas, trajetórias e visões de mundo diferentes. As novas gerações de talentos buscam empresas que tragam um propósito para além do lucro. Este ambiente de trabalho diverso também é fator determinante na redução de turnover voluntário e, logicamente, na retenção de talentos.

A diversidade nas empresas contribui inclusive para o crescimento pessoal de cada colaborador, pois a exposição ao diferente cria condições para se estar aberto ao novo. Culturas se cruzam, novos hábitos são adquiridos e do confronto de ideias surgem os melhores projetos e soluções. Não se tem apenas um setor de inovação, mas áreas inovadoras em toda a empresa!

Parafraseando Rachel Maia “quando estivermos em um ciclo de colaboradores e estes colaboradores que olhamos no em torno serem muito parecidos com a gente, é preciso admitir que temos um problema, pois não há diversidade e nem inclusão, o sucesso de ontem e hoje não garante o sucesso de amanhã, estamos falando de inovação”.

Tábata Gomes - Analista Contábil

Sobre a autora:

Tábata Gomes entrou para a família Altus em 2019 como Analista na equipe de Contabilidade e, desde então, atua no processo de análise de custos dos projetos executados e dos equipamentos produzidos pela empresa.

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