Habitualmente, as atividades de comissionamento de uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO) seguem etapas definidas no cronograma do empreendimento. Desta forma, como é de conhecimento de todas as partes envolvidas, o inicio de algumas atividades depende da conclusão de outras, ciclo que se mantém até o término dos trabalhos no estaleiro.
Como de costume, os testes de aceitação dos sistemas de automação são iniciados após a integração e conclusão de atividades anteriores, como içamento e instalação dos módulos da planta de produção na plataforma, lançamento e interligação de cabos de instrumentação, interligação e fusão de fibras óticas, certificação de redes de comunicação, disponibilidade do sistema elétrico para alimentação dos equipamentos, entre outros.
Muitas vezes, a necessidade de aguardar o término destas etapas faz com que os testes e o comissionamento dos sistemas de automação tornem-se gargalos para o término das atividades gerais, impactando na fase de operação e produção offshore.
Considerando estas informações, a Altus vem utilizando a metodologia de antecipação dos testes de aceitação em campo dos sistemas de automação. Com isso, é possível realizar a liberação dos painéis de automação para o início do Loop Test, que é a validação do laço completo entre o instrumento instalado na planta de processo conectado ao controlador programável e a verificação das respectivas grandezas e animações nas telas do sistema de supervisão.
Para isso, utiliza-se uma Jiga de Testes contendo uma arquitetura de hardware semelhante à arquitetura original da plataforma. Para o sistema de supervisão são utilizados recursos de virtualização, possibilitando a reprodução dos servidores e telas de operação. Pode-se, então, realizar os testes de aceitação dos equipamentos de automação e os Loop Tests de forma individual, por módulo da planta de produção, e em paralelo com as atividades anteriores.
Quando todas as atividades predecessoras ao sistema de automação forem concluídas, os Loop Tests já estarão validados, possibilitando a priorização dos testes de simulação da planta de processo, testes de lógicas de intertravamento e testes de matrizes de causa e efeito. Assim, ganha-se mais tempo para validação e verificação real de todos os elementos de forma integrada. Além disso, a equipe de operação da unidade tem maior contato com os sistemas completos que serão utilizados durante a fase de operação e produção.
Esta metodologia traz benefícios ao cliente pois é possível antecipar problemas rotineiros encontrados durante esta etapa do comissionamento, sem que os prazos definidos no cronograma sejam afetados. O procedimento possibilita, também, validações, verificações e testes mais avançados aos sistemas em uma realidade muito mais próxima da fase de operação da unidade.
Recentemente, Altus utilizou estes conceitos no comissionamento de uma FPSO no estaleiro COOEC, na China, finalizado em dezembro de 2019. Esse procedimento vem sendo aplicando, também, no comissionamento de uma FPSO no estaleiro EJA, no Brasil.
Sobre o autor
Fernando Andriola iniciou sua trajetória na Altus em 2005, como estagiário técnico da área de Engenharia. Desde então, vem desenvolvendo sua carreira no setor, atuando em projetos de Óleo & Gás, como o comissionamento das plataformas de petróleo da Petrobras instaladas no Pré-sal brasileiro. Hoje, ocupa o cargo de Coordenador de Interface