A Altus fornece e desenvolve soluções de automação para o mercado de óleo e gás desde a década de 90. Apesar de possuírem características semelhantes, os projetos deste segmento abrangem peculiaridades e desafios únicos.
O histórico de desenvolvimento destas atividades, dentro da Altus, sempre esteve vinculado à revitalização de unidades de exploração e produção de petróleo e gás. Basicamente unidades localizadas na Bacia de Campos, em Macaé no Rio de Janeiro.
Desde 2005, ano em que ingressei no setor de engenharia da companhia, foram desenvolvidos inúmeros projetos de modernização de sistemas destas unidades. Os projetos contemplavam a substituição dos Controladores Programáveis (CPs) e seus módulos de entrada e saída (I/Os) vinculados ao controle do processo e segurança das plataformas.
A equipe desenvolvia os projetos com base em documentos e necessidades fornecidas pelo cliente. Enquanto o setor de projetos se encarregava dos diagramas elétricos dos painéis e montagem dos mesmos, a equipe de software trabalhava nos aplicativos dos CPs e no Sistema de Supervisão. A linguagem utilizada para programar os controladores sempre foi ladder e, para a criação do supervisório, InTouch.
Normalmente, as atividades tinham duração de 4 a 6 meses no escritório da Altus. Após este tempo o cliente era convocado para a realização do Teste de Aceitação em Fábrica (TAF), nas dependências da empresa, para validação dos sistemas.
Com o TAF aprovado, era realizado o comissionamento e posta em marcha dos sistemas em ambiente offshore (equipe embarcada na plataforma de petróleo). Embarques com duração de 14 dias e 12 horas de trabalho por dia.
Um brinde ao Nexto
O Nexto nasceu e junto com ele muitas possibilidades e desafios.
A Altus forneceu equipamentos e desenvolveu soluções de automação para duas unidades de exploração e produção de óleo e gás totalmente novas, consolidando o Nexto no vendor list de um dos maiores clientes da empresa. Frutos foram colhidos, mostrando que é possível desenvolver um produto de qualidade no Brasil, capaz de competir com grandes marcas internacionais.
Mais frutos foram colhidos, comprovando a experiência e competência da equipe de engenharia da empresa na execução do projeto de automação.
Em paralelo, os projetos de revitalização das plataformas da Bacia de Campos iam de vento em popa. Eram de menor duração, mas demandavam experiência e conhecimento do time envolvido. As paradas de produção das unidades necessitavam de garantia de retorno de produção em poucos dias. O time de Projetistas de Aplicação envolvido sempre demonstrou empenho e assertividade na execução destas atividades.
Além destes projetos, a Altus era responsável por um contrato de manutenção de 31 + 2 plataformas de petróleo da Bacia de Campos. Em algum momento estas 33 unidades foram visitadas por algum funcionário da empresa. O oceano era azul e nele flutuava um triângulo. Aproveitamos a ocasião para absorver o máximo de informação e conhecimento possível.
O presente
Atualmente, estamos trabalhando em um dos maiores e mais complexos projetos da empresa. Trata-se do fornecimento de equipamentos e automação de sistemas em 8 unidades de exploração e produção de óleo e gás. Além do Topside, classificado como a parte superior do navio, onde está a área de produção da unidade, a Altus também realiza as mesmas atividades no Hull, que é o casco do navio e, que de igual forma, demanda sistemas de automação.
Este projeto passou por um período grande de desenvolvimento e, hoje, as equipes estão realizando o comissionamento dos sistemas nos estaleiros onde ficam as unidades. Tive o prazer de trabalhar no desenvolvimento e comissionamento da primeira destas unidades, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e da segunda também, em Huangdao, na China.
O que se aprende?
Inevitavelmente, as soluções implementadas nos projetos anteriores se repetem nos novos. Isto comprova que lições aprendidas devem ser utilizadas. Os projetos de automação possuem semelhanças, como percebido ao longo do tempo. Não se pode perder o passado. A criação de repositórios, bibliotecas, planilhas de controle e padrões é fundamental para a sobrevivência de uma equipe de projetos.
Tenho a opinião de que um pouco de método resolve qualquer problema. Métodos contribuem com a padronização das atividades e norteiam os envolvidos. “Peças” podem ser trocadas com maior facilidade.
Como em tudo na vida, planejamento é fundamental. Até mesmo escrever este texto demanda planejamento. Quando se fala de um projeto do tamanho de uma plataforma de petróleo, isto é extremamente necessário.
Geralmente é mais interessante executar, criar soluções e ver as coisas funcionando…este é o perfil dos desenvolvedores e da maior parte de nós, Projetistas de Aplicação. Mas executar sem planejar gera retrabalho e isto significa dinheiro saindo do bolso. Preferimos dinheiro entrando no bolso.
Trabalho em equipe é muito importante. Para os que convivem comigo no dia a dia, certamente me ouviram dizendo: “Trabalho em equipe é vida”. Entendo que raramente existam destaques individuais em projetos. Caso ocorra algum, ele é consequência do trabalho dos demais integrantes do grupo.
Teremos futuro?
A resposta é sim. Dependemos de uma economia sólida para que novos projetos surjam, mas sim, o futuro (no meu ponto de vista) é muito promissor. Vivemos de projetos!
Da mesma forma que tenho meus projetos pessoais, como comissionar mais uma plataforma na China ou ouvir minha filha falando francês fluentemente, a empresa está buscando novas oportunidades, novos projetos.
O setor de engenharia da Altus é modelo de competência. A complexidade das atividades desenvolvidas é gigantesca. Às vezes observo meus colegas trabalhando e parece não ser verdade que ali/aqui são desenvolvidas soluções de engenharia para o mundo todo. Isto é possível em função do modelo de gestão empregado e das pessoas, meus colegas Projetistas de Aplicação, desempenhando suas funções.
Sobre o autor
Fernando Andriola iniciou sua trajetória na Altus em 2005, como estagiário técnico da área de Engenharia. Desde então, vem atuando como Projetista de Aplicações em projetos de Óleo & Gás, como o comissionamento das plataformas de petróleo da Petrobras instaladas no Pré-sal brasileiro.